Desde sempre que é difícil chegar ao Tibete.
O planalto tibetano está arrumado entre várias
cordilheiras montanhosas, os Himalaias a Sul, o Karakoram a Oeste, o Kunlun a
Norte, que dificultam qualquer aproximação terrestre. "Que o digam" os primeiros missionários portugueses que lá chegaram no sec.XVII atravessando os Himalaias vindos da Índia.
E ao longo do sec.XIX, o Tibete sempre forçou o seu isolamento
por temer os planos de expansão da Rússia para Sul e da Índia para Norte.
Com
medo de ser entalado no meio de dois gigantes, o Tibete baniu simplesmente todos os estrangeiros do planalto, que eram vistos como demónios e considerados destabilizadores da paz e da liberdade.
Agora tudo mudou, é o próprio Dalai Lama que, à distância, encoraja
todos os viajantes a visitarem o Tibete e a aprenderem sobre o seu povo e
costumes.
Depois da ocupação chinesa, são as burocracias, permits e
autorizações, que dificultam a chegada de estrangeiros.
Chegamos a Lhasa, no comboio que liga umbilicalmente o
Tibete à China mas contam-se pelos dedos de uma mão os estrageiros no chekpoint
militar da estação faraónica.
Mas tinhamos mesmo muita vontade de chegar.
É muito difícil descrever o magnetismo que o Tibete e
mais especificamente Lhasa exercem sobre os viajantes, mas ver o Potala ao longe
eriça os pêlos a qualquer um.
Quando saimos do comboio, tiritamos de frio e de
entusiasmo por termos chegado à verdadeira cidade proibida, Lhasa, que tantos
exploradores tentaram alcançar em vão ainda há menos de 100 anos atrás.
Encontramos uma cidade ao mesmo tempo antiga e moderna, que não esconde o
seu glorioso passado longínquo, nem o seu trágico passado recente.
Uma cidade que nos apaixona imediatamente.
Tashi delek! Bem vindos a Lhasa!
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