A curta viagem de comboio que nos leva de Tasch
a Zermatt, na Suíça, é uma viagem feita em grande alvoroço e expectativa. Este
é o último troço do mítico Glacier Express que faz a ligação entre duas das
estâncias de ski mais conhecidas do país, St Moritz e Zermatt. E depois deste
troço final ficamos cara a cara com aquele que é provavelmente o mais fabuloso
ícone dos Alpes Suíços.
Os passageiros colam-se aos vidros das enormes
janelas panorâmicas na esperança de “o” ver, mas só quando desembarcamos na
vila é que "ele" surge sozinho no horizonte da cidade, com as suas formas bonitas e
aguçadas, o Matterhorn, uma montanha que é escusado tentar descrever, é simplesmente perfeita.
Depois de chegarmos a Zermatt, o Matterhorn nunca mais
desaparece, é como um maravilhoso emplastro a perscrutar o horizonte, que tem que
caber em todas as fotografias, enquadramentos e perspectivas.
Vemo-lo e ficamos hipnotizados. De repente torna-se impossível desviar o olhar.
Vemo-lo e ficamos hipnotizados. De repente torna-se impossível desviar o olhar.
Zermatt é uma vila de montanha muito exclusiva, procurada
pelo ski, escalada e caminhadas. Na sua rua principal misturam-se alpinistas profissionais,
snowboarders, jet-setters, grupos de turistas e backpackers.
É uma vila que mantém uma traça quase medieval
com uma arquitectura castiça de casas de madeira e flores à janela.
Não existem carros na cidade, por isso anda-se
a pé ou em veículos eléctricos que fazem o transfer
de pessoas entre a estação de comboio, hotéis e teleféricos, a pouco mais de
1km de distância.
É difícil escolher o que fazer em Zermatt: são quilómetros
de pistas de ski nos glaciares, mesmo no Verão, é o Gornergrat-Bahn, um comboio de bitola
estreita que sobe até Gornergrat e aos seus panoramas magníficos para as
montanhas, são os sunrises em Rothorn, um
dos pontos mais espectaculares para ver aqueles primeiros raios de Sol a
incidir no Matterhorn, e os vários teleféricos que nos levam para locais onde as hipóteses
de caminhadas são infinitas.
É difícil escolher, mas para nós acabou por ser uma dificuldade relativa, porque a
montanha com o seu magnetismo faz-nos imediatamente tender para a caminhada
que nos leva para mais perto, em direcção ao seu “base camp”, o Hornlihutte.
Esta caminhada começa depois de uma viagem de
teleférico até Schwarzsee e leva aproximadamente 2h em direcção ao refúgio que
serve de base aos alpinistas que pretendem conquistar o cume da montanha.
O refúgio, chamado Hornlihutte, está a meio da
encosta norte do Matterhorn, e para lá chegar o caminho é por vezes íngreme e bastante
inclinado.
Para além de podermos olhar mais de perto para
a montanha, as vistas para os vales vizinhos, glaciares na fronteira com Itália e outros cumes como o Monte Rosa, também são maravilhosas.
O Hornlihutte foi recentemente reabilitado e na prática é um refúgio de luxo que oferece todas as comodidades aos seus hóspedes e visitantes. Quando
chegamos encontramos um terraço encantador, com vistas deslumbrantes
em dia de céu azul, perfeito para um merecido descanso.
O trilho até ao refúgio, apesar de não ter nada que enganar (é sempre a subir), está muito bem assinalado. O melhor é ir o mais cedo possível
para evitar as horas de maior afluência mas principalmente para conseguir as melhores
vistas do pico. O Matterhorn é conhecido pela sua nuvem residente que costuma
aparecer antes da hora do almoço e vai aumentando ao longo do dia.
Outra caminhada muito popular em Zermatt é a
caminhada das 5 Lagoas, que tem início em Rothorn. Este trilho passa por 5
lagoas fotogénicas: Stellisee, Grindjisee, Grünsee, Moosjisee e Leisee. Em dias de pouco
vento é possível ver o reflexo da montanha nas lagoas e, no Verão, quem sabe dar um
mergulho.
Mas o que mais gostei foi da sensação de fazer parte desta paisagem.
Sem comentários:
Enviar um comentário