10 de janeiro de 2017

[sereníssimamente] em veneza

Sou das que voltam. Adoro regressar aos sítios que de alguma maneira me marcaram, partilhá-los com as pessoas que gosto e Veneza ficou-me gravada. É uma das cidades com a arquitectura mais fascinante do mundo e, tal como outras, tem aquelas características que envoltas num certo ambiente de decadência me prendem para onde quer que me vire.

Chegamos de comboio e de mochila. Não há nada mais doloroso que ver os turistas a arrastar malas com rodinhas numa cidade de degraus e pontes, de linhas mais verticais que horizontais. Veneza é uma cidade que recebe milhões de visitantes por ano, mas só uma pequena percentagem dorme na cidade, por isso a melhor maneira de apreciá-la e evitar multidões é pernoitar. 

O mais espectacular de voltar aos sítios que já conhecemos e gostamos é a sensação de andar serenamente sem rumo, sem a pressão dos sítios que visitar, paramos mais, apreciamos mais, vivemos mais. 
E vivemos tudo. A cidade dos canais e das pontes, dos vaporettos e dos gondolieri, dos atalhos e sotoportegos, das igrejas e miradouros, das trattorias à luz das velas em piazzetas escondidas, dos concertos à desgarrada ora no Florian ora no Quadri, do Rialto, de San Marco e da acqua alta

Apenas fiz questão de re-visitar a Basílica de San Marco da qual já tinha poucas memórias, provavelmente por ser proibido fotografar no seu interior. Mas a verdade é que não há foto que faça jus ao modo como a luz vai incidindo nos seus mosaicos dourados nem que transmita a sensação de caminhar no seu chão acidentado e por vezes submerso. A Basílica de San Marco é inexplicavelmente grandiosa e monumental.

Veneza tem tudo para nos deixar o coração a palpitar. Não há nada que se possa dizer sobre esta cidade que não tenha já sido dito milhões de vezes, por isso vou apenas deixar aqui alguns olhares de momentos que se inscreveram na minha memória e que agora me impossibilitarão o esquecimento.





































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