Sempre quis ter um blog de comida.
Um blog daqueles com imagens gulosas de pôr água na boca, com receitas
fáceis tipo “Cooking for Dummies” e dicas com todos os melhores sítios para se petiscar.
Mas a culinária é, para mim, uma paixão relativamente recente e de um modo ou
de outro sempre achei que não me dedicava suficientemente à comida para isso.
Então tenho um blog de viagens.
Curiosamente também acho que não me dedico suficientemente às viagens.
Mas ao menos a paixão, essa é antiga.
Este post é o melhor dos dois mundos.
Não acham que uma das melhores coisas de viajar é experimentar as
comidas de outras paragens?
O que é que se come... onde... delicious... e já agora... low cost?
Aqui ficam as minhas recomendações gastronómicas com um pequeno alerta:
são pouco reprodutíveis em casa. O melhor é ler e pegar já na mochila.
(as fotos tirei da net)
BUREK,
Sarajevo
Este pitéu vem dos tempos do império Otomano e por isso podemos
apreciá-lo da Turquia às Balcãs em qualquer Pekara (pastelaria). É um folhado que
pode ser recheado de carne, queijo ou vegetais, servido quentinho, perfeito.
ACARAJÉ,
Salvador da Bahia
O Acarajé é um must da gastronomia afro-brasileira típica da Bahia. É
um pastel de feijão frito em óleo de palma e recheado de camarão, coentros,
pepino. Super hot e super fresh ao mesmo tempo. E o melhor é que é tão
frequente termos vontade de o comer como vermos baianas a vendê-los enquanto os
cozinham em muitas ruas de Salvador.
FOCACCIA,
Bologna
Delicioso bite italiano recheado com os melhores ingredientes
mediterrânicos: queijo, carne, tomate e uma panóplia de vegetais virtualmente
infinita. Tudo temperado com azeite, sal, ervas aromáticas.
FALAFEL,
Amman
Tradicional no Médio Oriente, o falafel é um pastel de grão que surgiu
como substituto da carne nos períodos de jejum. Normalmente
é frito e comido dentro de um pão pita. Acompanha com tomate, pickles e molho tahini
(à base de sementes de sésamo).
HOT
DOG, New York
Um dos clássicos! Especialmente nos States no meio da classe
trabalhadora que não tem tempo para perder à hora de almoço.
Uma salsicha dentro de um pão, com mostarda e ketchup. How simple is
that? E o melhor é que tem mil variantes: com mayonese, com batata frita, com
chilli, com vegetais. Eu gosto dos meus “com tudo”.
GYROS,
Atenas
Um bite de carne assada em espeto vertical e cortada em pedacinhos. É
servido em pão pita com tomate, cebola, e molho tzatziki (à base de iogurte,
pepino e limão). Delicioso.
HARIRA,
Marrakech
A Harira é a sopa tradicional do Maghreb à base de tomate e lentilhas.
Espessa e de sabor apuradíssimo é servida com ovo cozido ralado, salpicada de
ervas frescas e aromatizada com canela, cominhos e gengibre.
PAD
THAI, Bangkok
Esqueçam os gafanhotos fritos. O pad thai é a street food mais popular
na Tailândia. Noodles cozinhados em woks gigantes, em cozinhas improvisadas ou mesmo
ao ar livre. Levam camarão ou frango, rebentos de soja e ovo e são aromatizados
com molho de soja, malagueta, açúcar, cebola frita, amendoins tostados, lima e
coentros. Um autêntico festim para os sentidos.
KOSHARY,
Cairo
O Cairo devia era andar nas bocas do mundo por causa desta iguaria que
se pode encontrar em qualquer esquina da cidade. E tem tanto de errado como de
certo. Primeiro é uma mistura de macarrão, arroz, lentilhas e grão de bico
(weird??) polvilhado de cebola frita, molho de tomate e limão. Parece tão
estranho e tão básico e tão sem sabor que podemos sentir-nos tentados a pedir
outro prato. Mas os restaurantes de koshary só servem koshary... e ainda bem,
porque não dar a primeira garfada, isso garanto, seria um big mistake.
BIRYANI,
Delhi
O Biryani não é só um arroz carregado de especiarias servido com
iogurte curdo. Há uma alquimia ou um ingrediente secreto qualquer que lhe faz explodir o
sabor. Esse ingrediente pode muito bem ser o cheiro do céu poluído de Delhi,
misturado com os gritos dos chaiwallahs, misturado com o embalar de um comboio
em andamento.
GREEK
SALAD, Santorini
Grega. A rainha das saladas. Tomate, azeitonas, oregãos e um grande
pedaço de queijo feta, regado de azeite. Tá tudo dito.
FOLHAS
DE COCA, La Paz
Correndo o risco de ofender algum apreciador de comida andina, a
verdade é que não morri de amores pela gastronomia portátil local, sorry.
Não vou dizer porquê, digo só que o melhor é brindar à Pachamama e
seguir mascando umas folhas de coca. Podem não ser muito saborosas, mas têm
outras propriedades curiosas.
Tuck in people!
2 comentários:
"Não existe amor mais sincero do que aquele pela comida."
Bernard Shaw
Estou a ver... Estou a ver... quando vem o convite para provar estas iguarias ?
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