Perito Moreno, o homem, era um explorador
argentino, especialista na Patagónia, que nessa região ajudou a definir a linha
de fronteira entre a Argentina e o Chile, com base na linha de cumeada das
montanhas dos Andes, no entanto nunca chegou a ver o glaciar que hoje leva o
seu nome e que é, provavelmente, o glaciar mais conhecido do mundo.
Desde El Calafate é muito fácil visitar o
glaciar Perito Moreno. Existe uma estrada que liga a cidade à península de
Magalhães, onde o glaciar desemboca, literalmente, e nesse ponto de encontro
foi colocado um conjunto de passadiços que permitem ao visitante observar os
vários ângulos do glaciar.
Mesmo de perto.
Essa proximidade, que possibilita uma experiência
espectacular, também faz com que este seja o glaciar mais famoso do mundo, mas
existe uma “multidão” de outros glaciares ligados ao Campo de Gelo Patagónico
Sul, igualmente espectaculares, apenas não tão acessíveis para o comum dos
visitantes.
O glaciar Perito Moreno tem outra importante
característica que é a de ser um dos únicos glaciares do mundo que, para além
de não estar em regressão, até está a crescer. Ou seja, o seu ritmo de formação
na base é superior ao ritmo de desprendimento de blocos na frente, de modo que
o seu avanço é constante.
Ficar à espera de ver o desprendimento de blocos na frente do glaciar é uma experiência tão sedentária quanto emocionante. São blocos do tamanho de contentores que sem prévio aviso se desprendem e caem nas águas do Canal de los Tempanos (canal dos icebergues), num splash gigante, acompanhado por um som de trovão que ecoa no vale e pelas respectivas ondas que agitam a água até à península de Magalhães.
Ficar à espera de ver o desprendimento de blocos na frente do glaciar é uma experiência tão sedentária quanto emocionante. São blocos do tamanho de contentores que sem prévio aviso se desprendem e caem nas águas do Canal de los Tempanos (canal dos icebergues), num splash gigante, acompanhado por um som de trovão que ecoa no vale e pelas respectivas ondas que agitam a água até à península de Magalhães.
Como está em crescimento, de tempos a tempos, o glaciar alcança a
península, bloqueia a passagem de água entre os braços do Lago Argentino e
forma-se uma pequena barragem que faz aumentar o nível da água do braço Sul do
Lago.
A pressão causada pelo aumento do nível de água
vai desgastando o gelo até se formar um túnel que permite a passagem da água. Com o passar do tempo e da água, o túnel vai aumentando e transforma-se numa ponte que acabará por colapsar num fenómeno chamado "ruptura do glaciar".
O ciclo de ruptura do glaciar é irregular e pode ocorrer a cada
2-4 anos, ou 10.
A última ruptura aconteceu no dia 10-Março-2016. (Estas fotografias foram tiradas no dia 25-Fev-2016)
A última ruptura aconteceu no dia 10-Março-2016. (Estas fotografias foram tiradas no dia 25-Fev-2016)
Para além de observar o glaciar Perito Moreno percorrendo
os vários quilómetros de passarelas, também existem outras opções para o apreciar em
todo o seu esplendor.
Por exemplo, de barco, numa navegação no Lago Argentino que nos aproxima também de outros glaciares (Upsala, Spegazzini), ou a pé, no mini-trekking que nos leva a caminhar sobre o seu azul infinito.
Por exemplo, de barco, numa navegação no Lago Argentino que nos aproxima também de outros glaciares (Upsala, Spegazzini), ou a pé, no mini-trekking que nos leva a caminhar sobre o seu azul infinito.
De uma maneira ou de outra, visitar o Glaciar
Perito Moreno (património da Unesco) é uma experiência inesquecível que uma vez mais nos recorda de como a Natureza é poderosa, sublime e genial.
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