Buenos Aires, também chamada Capital Federal
pelos argentinos, é conhecida por ser a cidade “Europa na América” com as suas avenidas
largas e edifícios de arquitectura grandiosa. Mas também é a cidade do tango e dos
emigrantes que melhor encarnam o espírito
porteño, resultado de séculos de importante actividade portuária, no grande ponto
de partida e chegada à América do Sul.
Buenos Aires é uma verdadeira cidade de
misturas.
A caminho de Lisboa, fazemos uma pit stop de uma noite e umas horas, que não é, de todo, tempo suficiente para conhecer uma das cidades mais vibrantes e míticas do planeta.
Mas garantiu-nos a vontade de voltar.
Mas garantiu-nos a vontade de voltar.
Milonga
Existem inúmeras opções para os visitantes
apreciarem ou experimentarem o Tango, muitas destas opções foram até criadas
propositadamente para os turistas, como os shows com jantar, a horas
compatíveis com excursões matinais. Depois existem os dançarinos de rua, no Caminito ou em qualquer praça propícia a ajuntamentos turisticos, que tal
como o senhor mascarado de gladiador à porta do Coliseu em Roma, montam a sua
performance em troca de umas moedas.
Os argentinos dizem que o verdadeiro Tango, esse encontramo-lo nas milongas, todos
os dias, pela noite fora. As milongas são eventos sociais organizados por e para pessoas
normais que não são profissionais de tango mas gostam de dançar tango.
Normalmente existe uma pista de dança rodeada
de mesas onde as pessoas se sentam a petiscar ou a beber um copo de vinho, a ver
e ser visto, sempre intercalando com um pezinho de dança. Os pares não são
fixos, vão rodando: os homens convidam as mulheres e uma boa dica para a
disponibilidade de uma mulher para dançar baseia-se nos seus sapatos. Ou seja,
calçando botas de trekking ou havaianas será pouco provável ser convidada.
Em algumas milongas poderão existir exibições de
bailarinos profissionais convidados pela organização em que todos deixam a
pista para os ver.
Chegamos à cidade já bem depois da meia-noite,
mas Buenos Aires não dorme no que ao Tango diz respeito. Buenos Aires é o
próprio Tango e uma milonga sempre me pareceu a melhor maneira de começar.
Esta é a Milonga Parakultural, no Salon Canning.
Esta é a Milonga Parakultural, no Salon Canning.
Palermo Soho
Palermo é o maior bairro de Buenos Aires. Como
é um bairro maioritariamente residencial muitos porteños moram em Palermo, ou frequentam
o bairro por causa das infinitas possibilidades de cafés, bares, restaurantes,
jardins, museus, galerias e mercados.
Mas Palermo divide-se em vários sub-bairros e o
mais boémio é Palermo Soho, assim nomeado por uma comprovada semelhança
ao seu homónimo novaiorquino, com ruas ladeadas por árvores,
boutiques vintage, um ambiente fresco e internacional, cafés de inspiração
industrial que trespassam as paredes dos edifícios e invadem os passeios.
Podiam escrever-se livros inteiros sobre os
cafés de Palermo Soho.
Provavelmente começariam com um pedido: “un cappuccino y una medialuna con dulce de
leche, por favor”.
Casa Rosada
A Casa Rosada, na Plaza de Mayo, é provavelmente o mais importante ex-libris da história da Argentina em Buenos Aires, de cujas varandas Eva Perón (Evita) fez o famoso discurso aos descamisados e é um marco incortornável da cidade.
Como curiosidade, diz-se que a cor rosada surgiu da junção de tinta branca com sangue de boi, como adjuvante de impermeabilização, mas entretanto já foi recriada a cor original que tem o seu próprio código no catálogo RAL e só pode ser usada para pintar este edifício.
San Telmo
O bairro de San Telmo é o bairro mais antigo de
Buenos Aires, onde se concentram os edifícios de estilo colonial, muitos abandonados e com grafittis artísticos.
O Mercado de San Telmo, que ocupa um quarteirão
inteiro, foi construído em 1897. Ainda mantém a sua cobertura original de ferro
que o transforma num dos edifícios mais atmosféricos de Buenos Aires.
No seu interior ainda se vende carne, peixe e
fruta, com várias lojas de antiguidades na periferia.
A Plaza Dorrego é a praça mais antiga da
cidade, depois da Plaza de Mayo, famosa pela sua feira-da-ladra ao domingo.
Nesta praça encontramos os cafés mais antigos da cidade que nos transportam no
tempo e que são perfeitos para terminar esta breve pit stop com uma empanada e uma Quilmes fresquinha.
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