Grande parte do tempo que passámos em Ushuaia
fizémo-lo com os olhos postos no mar. A cidade está rodeada de montanhas
fenomenais, como o Monte Olivia, mas verdade seja dita, é o Canal Beagle que rouba a atenção do viajante.
E nós não fomos excepção. Adoramos montanhas, mas fomos criados à beira mar.
Assim, no último dia em Ushuaia decidimos
fazer-nos ao mar numa experiência de navegação no Canal Beagle.
O Canal Beagle é, junto com o Estreito de
Magalhães a Norte e a Passagem de Drake a Sul, uma das três ligações navegáveis
entre os Oceanos Atlântico e Pacífico, contornando a América do Sul.
O Canal herdou o nome do navio HMS Beagle, que
navegou na Patagónia e Terra do Fogo, sob comando do capitão Robert FitzRoy, e
ficou célebre pelas expedições científicas conduzidas pelo naturalista Charles
Darwin.
Isto, 300 anos depois de Fernão de Magalhães.
De manhã cedo, o nosso pequeno barco zarpa do porto de Ushuaia e navega para o coração do Canal Beagle.
Ao longo da viagem, observamos várias ilhas que albergam colónias de animais como leões-marinhos e cormoranes, uma espécie de corvo-marinho preto e branco.
É fantástico ver os animais no seu habitat natural que fazem as delícias de qualquer amante da fotografia. E os «clicks» vão-se sucedendo.
Mais à frente chegamos ao Farol de Les Eclaireurs,
construído em 1920 e um dos ícones de Ushuaia.
No regresso à cidade, paramos numa ilha
onde viviam índios Yámanas e caminhamos para apreciar a paisagem. É a última etapa da nossa viagem.
No caminho
encontramos o arbusto de calafate, com as suas bagas arroxeadas.
O nosso guia diz, como é costume, que quem
comer uma baga de calafate voltará certamente à Patagónia e estende-me uma mão
cheia de bagas.
Nem penso duas vezes, pelo sim pelo não.
São doces.
Sweet Patagónia.
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