Isto para evitar as previsíveis complicações fronteiriças ao andar a saltar de país muçulmano (Egipto) para país judeu (Israel), para país muçulmano (Jordânia) que certamente aconteceriam se fossemos por terra.
Mas nós não percebíamos nada disto.
Em Dahab garantem-nos que indo por Israel é mais rápido. Que chegamos a Aqaba antes do ferry sair de Nuweiba.
E para além de mais rápido... muito mais barato. Fazemos as contas e a taxa de saída de Israel (uns avultados 25 USD/pessoa para quem só permanecerá no país uns meros 25 minutos) não chega aos calcanhares dos bilhetes do catamaran Nuweiba-Aqaba (70 USD/pessoa).
Já para não falar nos horários de saída dos ferrys egípcios, que segundo nos informaram, na melhor das hipótese chegariam a Aqaba já ao anoitecer...
E na realidade as complicações nestas fronteiras não existem... ou melhor, não existem para nós europeus e no sentido Taba (Egipto) – Eilat (Israel) – Aqaba (Jordânia).
O sentido contrário seria simplesmente impossível.
Isto porque a maioria dos países muçulmanos não reconhece a existência de Israel e assim é negada a passagem para o Egipto, Síria e Líbano a quem tiver um carimbo de Israel no passaporte...
Mas com a Jordânia é diferente.
Em Taba, a saída do Egipto faz-se calmamente. Perguntam-nos se estamos a pensar voltar ao Egipto, pois um carimbo de “saída do Egipto” em Taba (a única fronteira aberta entre estes 2 países) é exactamente igual a um carimbo de “entrada em Israel” em Eilat... e para o Egipto não existe aqui nenhuma fronteira, por isso não podem existir carimbos.
Com essa pergunta percebemos que costumam facilitar a vida às pessoas que viajam nestes países, num sentido e no outro, carimbando uma folha à parte e não o passaporte, àqueles que pretendem voltar. O viajante é que deverá estar atento e solicitá-lo.
O mesmo se passa à chegada a Israel.
Reparamos na diferença assombrosa entre os 2 países, a escassos metros de distância. Em Israel é tudo super desenvolvido e muito menos empoeirado.
Somos todos revistados, uns mais do que outros, e os de aparência “árabe” são marcados com uma etiqueta especial, mesmo na posse de passaporte europeu.
Em 5 minutos atravessamos Eilat, de taxi, até à ponte Itsaac Rabin, na fronteira com a Jordânia e mais uma vez os resorts, os hotéis com dezenas de andares e os restaurantes franchisados que não víamos desde a nossa saída da Europa, contrastaram abruptamente com o Egipto desértico ali ao lado.
Apesar de esta ser uma fronteira popular para day trips a Petra, não há ninguém aqui. Pagamos a taxa de saída de Israel e atravessamos a ponte a pé.
Estamos na Jordânia.
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