11 de junho de 2013

La Mezquita

“A Mezquita de Córdoba é um edifício de extraordinário poder místico e estético”
Não podia estar mais de acordo.

Encontramos a Mezquita mesmo no centro da cidade, junto à ponte Romana e rodeada pelos bairros Judeu e Mouro. 
É um sítio muito difícil de ir só uma vez. Impossível mesmo. 

Eu tive que ir e voltar.



A Mezquita de Córdoba, Património da Humanidade desde 1984 é o monumento mais importante de todo o Ocidente islâmico e, para mim, um dos mais espantosos que já vi. 
A sua história resume a evolução do estilo Umayyad em Espanha, para além dos estilos gótico, renascentista e barroco contemporâneos da construção da catedral cristã. 
Sim, porque esta Mezquita também é a Catedral de Córdoba.


De fora a Mezquita parece um forte com os seus muros altos e portas maciças.
Mas quando transpomos essas portas encontramos o Pátio de los Naranjos, como em Sevilha, com laranjeiras plantadas de forma milimétrica, como que replicando a floresta de colunas de pilares que deu fama ao seu interior.

Não deixo de me sentir a fervilhar quando entro na Mezquita, sei que lá dentro acontece magia.

Presencia-se um dramático jogo de luz e perspectiva à medida que se percorrem os arcos vermelhos e brancos ao longo do que parecem infinitas alas até ao mihrab.




Noto o contraste entre a escuridão horizontal do espaço muçulmano e o brilho vertical da catedral cristã. 
Fascina-me estes dois espaços serem na realidade só um e ter à distância de um braço esticado a oportunidade de apreciar dois estilos arquitectónicos tão diferentes e aqui, em perfeita comunhão.



A Mezquita foi contruida em 786 mas ampliada várias vezes sob o domínio muçulmano de Córdoba. Estas ampliações mantiveram-se sempre fiéis ao design original.
Após a Reconquista Cristã de Córdoba em 1236, começaram os trabalhos para a transformação da Mezquita num local de culto cristão que culminou com a controversa construção de uma catedral no centro do edifício.


Hoje, apesar da presença da catedral, a maior parte da estrutura da mesquita original permanece extraordinariamente bem preservada e fez-me pensar como seria excepcional se no mundo todas as religiões coexistissem em harmonia.

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