18 de março de 2016

viajar na patagónia


A Patagónia é uma região muito vasta, é a zona mais a sul da América do Sul, partilhada pelo Chile e Argentina.

Por ser uma região tão vasta, tem infinitos pontos de interesse, mas enquanto amantes de caminhadas e belezas naturais já tínhamos a tarefa da escolha bastante facilitada.

Assim, apontamos agulhas para o Parque Nacional dos Glaciares (Argentina), casa do Glaciar Perito Moreno (entre outros) e do maravilhoso Cerro Fitz Roy, e para o Parque Nacional das Torres del Paine (Chile), uma autêntica meca do trekking mundial.

As cidades de acesso são respectivamente El Calafate e El Chalten (Argentina) e Puerto Natales (Chile), ligadas entre si por autocarros frequentes.

Depois, o que fez sentido na nossa experiência itinerante foi seguir viagem para Sul, atravessando o Estreito de Magalhães para a Terra do Fogo, e chegando a Ushuaia e ao “fim do mundo”. 
Pelo menos ao fim de todo o mundo que existe antes da Antártida.


A Patagónia é um daqueles espaços místicos do mundo que se apegam ao imaginário do viajante e depois nunca mais se vão.

Aqueles espaços longínquos e difíceis de alcançar, onde a vida é árdua e a paisagem inóspita, onde as fronteiras foram inventadas e onde nos surpreendemos com glaciares pintados de um azul eléctrico, grupos de guanacos a petiscar os arbustos à beira de lagos de águas irritadas e montanhas aguçadas debaixo da asa de um condor solitário.

Isto se lhes apetecer, é claro.


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“Don’t ask about the weather today. This is Patagonia. We don’t know.”
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O tempo é um factor preponderante no balanço final de uma experiência na Patagónia, mas a verdade é que também é o factor mais imprevisível de todos, de tal modo que é frequente encontrarmos cartazes que alertam para isso nos pontos de informações. 
Ou seja, podemos perguntar tudo o que quisermos mas não vale a pena perguntar se vai chover, ninguém sabe.
A melhor altura para viajar é no Verão austral (Dezembro, Janeiro, Fevereiro), quando as temperaturas são mais altas (max 20-25ºC) e é maior a probabilidade de bom tempo e menor a probabilidade de encontrarmos trilhos inacessíveis, estradas intrasitáveis, vôos cancelados.

Mas esta é também a altura preferida de toda a gente, o que resulta numa sobrecarga das infra-estruturas: hotéis, refúgios, campismo e transportes esgotados.
Decidimos viajar no final de Fevereiro com o objectivo de tentar equilibrar esses factores.

Como o tempo é sempre a grande incógnita na Patagónia, na hora de fazer a mochila é obrigatório contar com todos os tipos de clima: casaco quente e agasalhos para frio de 0ºC, t-shirts para o calor de 25ºC, impermeável para a chuva, um bom saco-cama (as noites são muito frias) e tudo em modo minimal, porque na Patagónia a mochila é para andar quase sempre às costas.


E depois, há todo aquele vento.
Viento mucho viento...
Mas isso, a mim, não me chateou.

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