A Patagónia é uma região muito vasta, é a zona
mais a sul da América do Sul, partilhada pelo Chile e Argentina.
Por ser uma região tão vasta, tem infinitos
pontos de interesse, mas enquanto amantes de caminhadas e belezas naturais já
tínhamos a tarefa da escolha bastante facilitada.
Assim, apontamos agulhas para o Parque Nacional
dos Glaciares (Argentina), casa do Glaciar Perito Moreno (entre outros) e do maravilhoso Cerro Fitz Roy, e para o Parque Nacional das Torres del Paine (Chile), uma autêntica meca do
trekking mundial.
As cidades de acesso são respectivamente El
Calafate e El Chalten (Argentina) e Puerto Natales (Chile), ligadas entre si
por autocarros frequentes.
Depois, o que fez sentido na nossa experiência
itinerante foi seguir viagem para Sul, atravessando o Estreito de Magalhães para
a Terra do Fogo, e chegando a Ushuaia e ao “fim do mundo”.
Pelo menos ao fim de todo o mundo que existe antes da Antártida.
Pelo menos ao fim de todo o mundo que existe antes da Antártida.
A Patagónia é um daqueles espaços místicos do
mundo que se apegam ao imaginário do viajante e depois nunca mais se vão.
Aqueles espaços longínquos e difíceis de
alcançar, onde a vida é árdua e a paisagem inóspita, onde as fronteiras foram
inventadas e onde nos surpreendemos com glaciares pintados de um azul eléctrico,
grupos de guanacos a petiscar os arbustos à beira de lagos de águas irritadas e
montanhas aguçadas debaixo da asa de um condor solitário.
Isto se lhes apetecer, é claro.
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“Don’t ask about the weather today. This is Patagonia. We don’t know.”
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O tempo é um factor preponderante no balanço final
de uma experiência na Patagónia, mas a verdade é que também é o factor mais imprevisível de todos, de tal modo que é frequente encontrarmos cartazes que alertam para isso nos pontos de informações.
Ou seja, podemos perguntar tudo o que quisermos mas não vale a pena perguntar se vai chover, ninguém sabe.
Ou seja, podemos perguntar tudo o que quisermos mas não vale a pena perguntar se vai chover, ninguém sabe.
A melhor altura para viajar é no Verão austral
(Dezembro, Janeiro, Fevereiro), quando as temperaturas são mais altas (max 20-25ºC)
e é maior a probabilidade de bom tempo e menor a probabilidade de encontrarmos trilhos inacessíveis, estradas intrasitáveis, vôos cancelados.
Mas esta é também a altura preferida de toda a
gente, o que resulta numa sobrecarga das infra-estruturas: hotéis, refúgios,
campismo e transportes esgotados.
Decidimos viajar no final de Fevereiro com o objectivo
de tentar equilibrar esses factores.
Como o tempo é sempre a grande incógnita na Patagónia, na hora de fazer a mochila é obrigatório
contar com todos os tipos de clima: casaco quente e agasalhos para frio de 0ºC, t-shirts para o calor de 25ºC, impermeável para a chuva, um bom saco-cama (as noites são muito frias) e
tudo em modo minimal, porque na Patagónia a mochila é para andar quase sempre
às costas.
E depois, há todo aquele vento.
Viento mucho viento...
Mas isso, a mim, não me chateou.
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