11 de janeiro de 2012

Paharganj

Chegamos a Delhi sem mapa. Sem nada.
Eu devia achar que por já lá ter estado saberia orientar-me… Mas a verdade é que da outra vez vimos pouco mais que a porta de saída do hotel. Aliás, da outra vez tivemos medo de sair por essa porta, tal a confusão e estranheza que a cidade nos provocou, os olhares fixos intimidadores e o grande risco de atropelamento!


Felizmente está tudo igual, mas desta vez saimos pela porta sem medos. É verdade que a Índia choca e não desilude quem chega procurando um pouco de caos.
Encontramo-lo logo ao primeiro pestanejar: os vários montes de lixo para onde temos que deitar os nossos boarding passes usados pois não há caixotes do lixo em lado nenhum, a quantidade absurda de gente prostrada na rua, a fumar, a pedir esmola, a comer e a dormir com moscas, o cheiro de comida a ser feita ali perto nuns degraus, as paredes duvidosamente escurecidas que servem de urinol público e só nos apercebemos delas quando as cheiramos e depois já é tarde demais para nos afastarmos.

Paharganj não é um sítio bonito mas é o bairro perfeito para nos sedearmos em Delhi porque é “perto” de tudo: da estação de comboios, do metro, da parte velha da cidade, de Conaught Place. Perto como em “distância possível de percorrer a pé”, pois não há nada nesta cidade verdadeiramente perto de nada.

Tínhamos até às 16h20 para aproveitar Delhi… mas eu não me dignei nem a refrescar a memória com umas fotocópias rápidas do Rough Guide de 2005, nem a uma ida rápida à Internet procurar nomes para ter na ponta da língua na hora de apanhar o rickshaw para algum lado. Não fizemos nada disso.

Decidimos deambular, pelo que depois percebemos ser Chawry Bazaar, até entrarmos no metro e estudar o mapa da rede.
Aqui, heis que finalmente reconheço o nome de uma estação: Qutab Minar. 
É para lá que vamos.

O metro vem apinhado de homens suados colados uns aos outros. 
Por isso agradeço os autocolantes cor de rosa no chão que indicam a zona de paragem para carruagens “Only Woman”. 

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