6 de novembro de 2005

de volta aos CARRIS



O nosso motorista deixou-nos na estação de comboio de Falna (perto da Ranakpur) onde íamos iniciar a nossa viagem de 2 dias para Goa.
A sensação de estarmos novamente sozinhos e por nossa conta foi muito boa e até o peso da mochila teve um je ne sais quoi de saboroso... pelo menos no início! Nem se vacilou com a perspectiva de uma viagem de 17h até Mumbai, ex-Bombaím! Estávamos de volta aos carris e delirantes com o cliché que diz que “não se conhece realmente a Índia se nunca se andou nos seus comboios”.


Entrámos na estação... paredes sujas e gordurosas, lixo no chão, filas enormes em que os homens se encostavam uns aos outros para encurtá-las e claro, toda a gente a olhar. Pensámos “já temos bilhete ... estamos safos” ... Íamos só sentar e esperar... Mas até isso não foi muito fácil, porque mesmo numa estação apinhada de gente, 2 estrangeiros sobressaem como se estivessem a gritar “ESTAMOS AQUI!”.

As pessoas rodeavam-nos a pedir rupias e outras pessoas rodeavam essas pessoas para ver a nossa reacção. Assim que nos sentámos e pousámos as mochilas veio uma miúda com um bebé ranhoso ao colo pedir dinheiro e não desgrudava... tive a sensação que se desse alguma coisa o resto da estação me caía em cima. Tentei ignorá-la depois de dizer que não lhe ia dar nada mas ela começou a puxar-me a saia, estava praticamente em cima de mim, não me largava. Acho que os outros indianos que tinham parado para ver tiveram pena de mim porque depois de algum tempo começaram a enxotá-la. E ela foi.


Depois vieram os miúdos engraxadores... Mas eles queriam o quê? Engraxar havaianas?!!

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