29 de maio de 2014

jokhang





Lhasa é uma cidade de pessoas calorosas e profundamente religiosas.
Sempre que nos aproximamos da Praça Barkhor, percebemos que lá se passa algo de muito especial.

Junto às portas do templo Jokhang, palpa-se a devoção dos peregrinos que ali se encontram em incessantes prostrações de corpo inteiro.

Assim que entramos no templo, invade-nos o cheiro a manteiga de yak e a incenso.
É constante o entra-e-sai das várias capelas onde existem estátuas de budhas, protectores ou outras divindades e onde os devotos fazem as suas oferendas, de dinheiro, mas principalmente de manteiga de yak que mantem as velas acesas. 
Mas não se demoram. Depois de uma breve oração seguem rapidamente para a capela seguinte, enquanto vão dizendo baixinho “om mani padme om”.

Vemos monges a meditar, dedicados a estudar escrituras antigas e a cuidar das capelas. Tanto dividem a manteiga de yak pelas centenas de velas, como varrem as notas do chão que colocam junto às estátuas.






Nas primeiras vezes que entramos em templos tibetanos, é difícil entender o significado daquilo que estamos a ver. A simbologia é extensa e diversa, são muitas as estátuas que encontramos com diferentes significados, algumas são originais, outras são réplicas de estátuas destruídas durante a Revolução Cultural Chinesa, mas isso não parece tirar-lhes a importância pois todas elas são tidas em consideração com grande reverência pelos tibetanos.

Os visitantes sentem-se naturalmente esmagados, não pela grandiosidade das construções, porque todos os espaços que vamos encontrando dentro destes locais sagrados são pequenos, quase individuais, mas pela concentração, desprendimento e devoção das pessoas que lá encontramos.



Tenho que dizer, que junto ao Templo Jokhang há outra coisa difícil de entender. Que é o facto de após várias décadas, Lhasa continuar a ser claramente uma cidade ocupada, espiada e guardada, com câmaras de vigilância em todas as ruas, detectores de metais, revistas de bagagem obrigatórias junto às zonas mais religiosas e soldados armados em cada esquina da cidade e em todos os telhados da zona de Barkhor.

Não é difícil abstrairmo-nos disso, mas dá-nos que pensar.

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