24 de outubro de 2016

zermatt [e o matterhorn]

A curta viagem de comboio que nos leva de Tasch a Zermatt, na Suíça, é uma viagem feita em grande alvoroço e expectativa. Este é o último troço do mítico Glacier Express que faz a ligação entre duas das estâncias de ski mais conhecidas do país, St Moritz e Zermatt. E depois deste troço final ficamos cara a cara com aquele que é provavelmente o mais fabuloso ícone dos Alpes Suíços.

Os passageiros colam-se aos vidros das enormes janelas panorâmicas na esperança de “o” ver, mas só quando desembarcamos na vila é que "ele" surge sozinho no horizonte da cidade, com as suas formas bonitas e aguçadas, o Matterhorn, uma montanha que é escusado tentar descrever, é simplesmente perfeita.

Depois de chegarmos a Zermatt, o Matterhorn nunca mais desaparece,  é como um maravilhoso emplastro a perscrutar o horizonte, que tem que caber em todas as fotografias, enquadramentos e perspectivas. 
Vemo-lo e ficamos hipnotizados. De repente torna-se impossível desviar o olhar.


Zermatt é uma vila de montanha muito exclusiva, procurada pelo ski, escalada e caminhadas. Na sua rua principal misturam-se alpinistas profissionais, snowboarders, jet-setters, grupos de turistas e backpackers.
É uma vila que mantém uma traça quase medieval com uma arquitectura castiça de casas de madeira e flores à janela.

Não existem carros na cidade, por isso anda-se a pé ou em veículos eléctricos que fazem o transfer de pessoas entre a estação de comboio, hotéis e teleféricos, a pouco mais de 1km de distância.



É difícil escolher o que fazer em Zermatt: são quilómetros de pistas de ski nos glaciares, mesmo no Verão, é o Gornergrat-Bahn, um comboio de bitola estreita que sobe até Gornergrat e aos seus panoramas magníficos para as montanhas, são os sunrises em Rothorn, um dos pontos mais espectaculares para ver aqueles primeiros raios de Sol a incidir no Matterhorn, e os vários teleféricos que nos levam para locais onde as hipóteses de caminhadas são infinitas. 

É difícil escolher, mas para nós acabou por ser uma dificuldade relativa, porque a montanha com o seu magnetismo faz-nos imediatamente tender para a caminhada que nos leva para mais perto, em direcção ao seu “base camp”, o Hornlihutte.



Esta caminhada começa depois de uma viagem de teleférico até Schwarzsee e leva aproximadamente 2h em direcção ao refúgio que serve de base aos alpinistas que pretendem conquistar o cume da montanha.

O refúgio, chamado Hornlihutte, está a meio da encosta norte do Matterhorn, e para lá chegar o caminho é por vezes íngreme e bastante inclinado.
Para além de podermos olhar mais de perto para a montanha, as vistas para os vales vizinhos, glaciares na fronteira com Itália e outros cumes como o Monte Rosa, também são maravilhosas. 




O Hornlihutte foi recentemente reabilitado e na prática é um refúgio de luxo que oferece todas as comodidades aos seus hóspedes e visitantes. Quando chegamos encontramos um terraço encantador, com vistas deslumbrantes em dia de céu azul, perfeito para um merecido descanso.




O trilho até ao refúgio, apesar de não ter nada que enganar (é sempre a subir), está muito bem assinalado. O melhor é ir o mais cedo possível para evitar as horas de maior afluência mas principalmente para conseguir as melhores vistas do pico. O Matterhorn é conhecido pela sua nuvem residente que costuma aparecer antes da hora do almoço e vai aumentando ao longo do dia.



Outra caminhada muito popular em Zermatt é a caminhada das 5 Lagoas, que tem início em Rothorn. Este trilho passa por 5 lagoas fotogénicas: Stellisee, Grindjisee, Grünsee, Moosjisee e Leisee. Em dias de pouco vento é possível ver o reflexo da montanha nas lagoas e, no Verão, quem sabe dar um mergulho. 

Mas o que mais gostei foi da sensação de fazer parte desta paisagem.





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