30 de dezembro de 2010

Museu de Antiguidades, a antiguidade

19-Outubro-2010

Ao 3º dia ainda não estou habituada à temperatura a rondar os 40ºC, por isso é com muita alegria que me aproximo do Museu de Antiguidades do Cairo.
Para além da expectativa que tenho, museus são sempre sinal de ar condicionado.
Ou... quase sempre.

O Museu de Antiguidades Egípcias do Cairo, fundado em 1858, é um dos museus mais formidáveis do mundo e desde sempre tive imensa curiosidade em visitá-lo.
Mas na realidade o Museu já é em si uma espécie de antiguidade.
Está muito desactualizado em termos de infra-estruturas, os artefactos para além de mal iluminados, amontoam-se uns em cima dos outros (consta que para além dos milhares de items que estão expostos, existem outros tantos escondidos na cave por não haver espaço para eles), não há praticamente legendas nos items em display sem ser em árabe... e para mal dos meus pecados, nem sombra de ar condicionado. Isso e os milhares de pessoas à nossa volta.

Mas apesar de tudo, sentimos claramente que qualquer uma das peças aqui expostas poderia perfeitamente ser a "highlight" de qualquer exposição de Egiptologia em qualquer museu do mundo.

E depois ainda há o Tutankamon...
A grande descoberta de Howard Carter em 1922, o túmulo do rapaz faraó, encheu as páginas dos jornais da época assim como as salas deste museu. Foi uma das maiores descobertas de sempre por se terem encontrado todos os tesouros do seu recheio ainda completamente intactos.
O ouro encontrado no túmulo, os vários sarcófagos, a estatuária, etc... estão dispostos ao longo dos corredores junto à movimentada galeria principal, onde se encontra a famosa e absolutamente espectacular máscara de ouro, lápis-lazuli, quartzo e obsidiana.

(não podemos fotografar dentro do museu, mas não resisto a colocar aqui esta foto fabulosa que encontrei no site da National Geographic.)

Tutankamon foi faraó durante apenas 9 anos e o seu túmulo encerrava riquezas incalculáveis... Isto faz com que seja fácil perdermo-nos a imaginar o que deveria existir, por exemplo, no túmulo do maior, mais poderoso e mais celebrado faraó do Egipto, Ramsés II, que reinou durante 67 anos.
Infelizmente o túmulo de Ramsés II foi assaltado várias vezes, encontra-se muito deteriorado e do seu espólio funerário restam poucos objectos, espalhados por vários museus do mundo....

No Museu de Antiguidades do Cairo há ainda a sala das múmias onde estão expostos os restos mortais de faraós como Seti I, o grande Ramsés II, Tuthmosis etc, todos com mais de 3000 anos...
Não visitámos por ser necessário pagar (bem) extra, mas achei engraçado descobrir que há uns anos, a múmia de Ramsés II foi enviada para Paris para ser examinada e “reabilitada”... e na altura para além de ter sido necessário emitir um passaporte onde constava “Ramsés II, Rei-falecido”, foi feita uma recepção com honras militares à chegada ao aeroporto em Paris.

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