4 de abril de 2012

Muktinath

Muktinath é um local sagrado tanto para Hindus como para Budistas, e esta mistura, este melting pot é para mim o epítome da cultura nepalesa. Por isso, Muktinath é um local obrigatório.
O santuário está localizado a 3800m de altitude, no sopé da passagem de Thorung La (5500m), o local mais alto do popular trekking Circuito dos Annapurnas.

O templo principal de Muktinath é um dos locais mais antigos do culto ao deus Vishnu (deus da Preservação/ Salvação, Mukti=“Salvação”, Nath=“Deus”), que a par de Brahama (deus da Criação) e Shiva (deus da Destruição) faz parte da trindade divina mais sagrada do hinduísmo. Mas este não é um templo hindu. Este templo é partilhado por Hindus e Budistas. E os Budistas chamam-lhe Avalokitesvara, a representação máxima da compaixão no mundo.




No pátio do templo existem 108 fontes das quais brota água que os peregrinos acreditam ser sagrada e purificadora. Muitos tomam banhos na água gelada, outros enchem garrafas para levarem aos seus familiares que não puderam deslocar-se ao local.
É sagrado para os budistas pois acredita-se que o fundador do budismo tibetano Guru Rinpoche, terá parado aqui para meditar no seu caminho para o Tibete. 

Existem muitas stupas/chortens em Muktinath. Foram construídas para recordar pessoas desaparecidas.



Também existe neste santuário um templo exclusivamente hindu, dedicado a Shiva e à sua consorte Parvati. O único templo que não pode ser limpo pelas monjas budistas residentes.



Tenho que dizer que chegar a este templo foi uma das tarefas mais difíceis a que me propus nesta viagem. Mais cedo ou mais tarde, começamos a sentir os efeitos da altitude. O cansaço que sentimos é gigante, custa a respirar, o coração bate desenfreadamente, parece que vai explodir, subir meia dúzia de degraus é uma tarefa tão desgastante que é muito fácil pensar “não vou, não dou mais um passo, acabou... fico aqui”...



... mas isso seria um grande desperdício...
 
NOTA: ao longe o Dhaulagiri, a sétima montanha mais alta do mundo (8167m).

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