12 de outubro de 2012

Wildfire

Um dos traços marcantes com que nos deparamos quando percorremos as estradas do Parque Nacional de Yellowstone é a quantidade enorme de árvores mortas, queimadas, que existe na sua paisagem, nuns sítios mais que noutros.


Corria o Verão de 1988 quando o Yellowstone pegou fogo, num dos maiores incêndios registados na história dos Estados Unidos. Como de costume, começou com pequenos fogos - alguns, queimadas vigiadas e autorizadas - que foram alastrando dadas as condições do vento e da seca extrema desse Verão e que rapidamente se transformaram num pesadelo sem controle, que durou vários meses, interditou o Parque a visitantes, afectou muitos animais e queimou mais de 3000km2 (36% da área do Parque).
Um fogo que só foi extinguido com a chegada do tempo frio e das primeiras chuvas do Outono.

Mais de 20 anos após essa grande ferida aberta na paisagem, ainda nos apercebemos de muito do que aconteceu. Apesar das espécies de plantas e árvores terem sido rápida e naturalmente restabelecidas, as árvores mortas não foram removidas por também terem os seus benefícios para o ecossistema. 


É triste ver a paisagem desolada, mas concluí que não percebo nada de fogos. Os fogos são necessários para manter a saúde geral do ecossistema de Yellowstone, pois os pinheiros esguios (Lodgepole pines) que agora dominam a paisagem, queimados, precisam na realidade tanto do fogo como da água para sobreviverem e se reproduzirem. Só o fogo consegue derreter a resina das pinhas permitindo que as sementes se espalhem.

Uma fatalidade: um dos maiores fogos ter começado com um cigarro mal apagado por um lenhador e isso ter queimado 410 mil hectares de floresta.
Um lado positivo: o fogo é, afinal, um modo de reciclagem deste tipo de floresta.
Outro lado positivo: eu ter gostado tanto de percorrer estas estradas.



1 comentário:

O vento disse...

Outro lado positivo: eu ter adorado a tua companhia. Quando voltamos?