8 de maio de 2014

tiananmen square


Em 1949, Mao Zedong içou a bandeira vermelha na Praça Tiananmen, e proclamou a fundação da Republica Popular da China, dizendo ao povo chinês que finalmente tinham conseguido libertar-se de 150 anos de exploração estrangeira.
Mao, 150 anos? Isso foi no mínimo modesto! Há milénios que a China andava na dança das cadeiras do poder.

Mas foi aí que começou o mais profundo período de remodelação da capital. 
E por remodelação, entenda-se destruição de todos os símbolos de regimes anteriores.
Durante a Revolução Cultural, surgiu uma mílicia política, a Guarda Vermelha, cuja função era destruir os “4 Antigos”: ideias antigas, cultura antiga, costumes antigos, hábitos antigos.
Poucos edifícios históricos escaparam, incluindo alguns da dinastia Ming que existiam no local onde hoje é a praça Tiananmen.

Mao Zedong não poupou esforços para transformar esta na maior e mais espectacular praça que o mundo já viu. 

Com o passar dos anos, com a chegada aos poucos do capitalismo, aumentou a tolerância relativamente aos antigos costumes, mas não relativamente à liberdade, como vimos nas manifestações pró-democracia de 1989 nesta mesma praça, que resultaram na declaração de lei marcial e na morte de milhares de manifestantes. 




Está muito presente a herança de Mao na praça Tiananmen, seja pela sua enorme fotografia visível até do lado oposto da praça a 1km de distância ou pelo seu desproporcionado mausoléu, seja pela arquitectura de influênca soviética ou pelos monumentos alusivos aos heróis do povo, seja pelas paradas militares constantes, pela segurança apertada para entrar na praça ou por outras manobras de crowd control.

Indiscutível é a enorme importância e carga cultural que esta praça tem para os chineses, decorrente dos acontecimentos de que foi palco ao longo dos anos na história do país.

E a isso é impossível ficar indiferente.


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