Em 1949, Mao Zedong içou a bandeira vermelha na Praça
Tiananmen, e proclamou a fundação da Republica Popular da China, dizendo ao
povo chinês que finalmente tinham conseguido libertar-se de 150 anos de
exploração estrangeira.
Mao, 150 anos? Isso foi no mínimo modesto! Há milénios
que a China andava na dança das cadeiras do poder.
Mas foi aí que começou o mais profundo período de
remodelação da capital.
E por remodelação, entenda-se destruição de todos os
símbolos de regimes anteriores.
Durante a Revolução Cultural, surgiu uma mílicia
política, a Guarda Vermelha, cuja função era destruir os “4 Antigos”: ideias
antigas, cultura antiga, costumes antigos, hábitos antigos.
Poucos edifícios históricos escaparam, incluindo alguns
da dinastia Ming que existiam no local onde hoje é a praça Tiananmen.
Mao Zedong não poupou esforços para transformar esta na
maior e mais espectacular praça que o mundo já viu.
Com o passar dos anos, com a chegada aos poucos do capitalismo, aumentou a tolerância relativamente aos antigos costumes, mas não relativamente à liberdade, como vimos nas manifestações pró-democracia de 1989 nesta mesma praça, que resultaram na declaração de lei marcial e na morte de milhares de manifestantes.
Está muito presente a herança de Mao na praça Tiananmen, seja
pela sua enorme fotografia visível até do lado oposto da praça a 1km de
distância ou pelo seu desproporcionado mausoléu, seja pela arquitectura de
influênca soviética ou pelos monumentos alusivos aos heróis do povo, seja pelas
paradas militares constantes, pela segurança apertada para entrar na praça ou por
outras manobras de crowd control.
Indiscutível é a enorme importância e carga cultural que
esta praça tem para os chineses, decorrente dos acontecimentos de que foi palco
ao longo dos anos na história do país.
E a isso é impossível ficar indiferente.
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