A viagem entre Lisboa e Manila foi provavelmente a mais curta das viagens longas que já fiz. Com vôo directo de Lisboa para o Dubai e um sem fim de escolhas possíveis entre o Dubai e Manila, nunca foi tão rápido chegar tão longe.
Mas como uma
viagem com o carimbo ventonocabelo não fica completa sem uma noite mal dormida
num aeroporto, aproveitamos para fazer uma escala prolongada no Dubai “aquela
cidade que sempre tivemos curiosidade de visitar...”
Pois o Dubai,
apesar de recente, está cada vez mais popular.
Com uma posição estratégica a 5h
de distância simultaneamente da Europa, da Índia e da China, políticas liberais
(tendo em conta os padrões da região) e belíssimas infra-estruturas direccionadas
para uma gama alta de turistas, o Dubai apesar de ser uma cidade de deserto, está basicamente,
na moda.
É no Dubai que a tal gama alta faz as suas pit stops para compras, festas
megalómanas, praia (mais ou menos) desinibida, aventuras nas dunas, hotéis e restaurantes de sete estrelas.
O Dubai é uma
cidade de superlativos onde encontramos o maior, o mais alto, o mais rápido, o
mais espectacular, o mais caro.
Mais ou menos como se via nos States no séc.XX. Mas este é o séc.XXI e o Dubai está a arrebatar todos os records.
E o que é que
conseguimos aprender em algumas horas de Dubai?
Pois a primeira lição é que é absolutamente impossível dormir no Aeroporto. Aquela ideia de backpacker "se chegarmos de madrugada ao aeroporto, podemos sempre encontrar uma zona mais calma e menos iluminada para tentar cochilar umas horas antes de nos lançarmos à cidade"... é uma verdadeira miragem no deserto.
O aeroporto do Dubai não pára nunca!
Parece um casino em Las Vegas: se não existirem relógios nem percebemos se é de dia ou de noite! Os restaurantes e lojas funcionam 24h, assim como os vôos a chegar/partir e a realidade é que os terminais estão sobrelotados.
Por isso, para quem tiver sono leve, ou necessitar de alguma tranquilidade, vá, para conseguir dormir, a melhor opção é mesmo é apanhar o elevador e alugar um dos quartos do hotel do aeroporto a 60USD/hora...
Mas o mais certo é estarem esgotados. Eu perguntei!
Pois a primeira lição é que é absolutamente impossível dormir no Aeroporto. Aquela ideia de backpacker "se chegarmos de madrugada ao aeroporto, podemos sempre encontrar uma zona mais calma e menos iluminada para tentar cochilar umas horas antes de nos lançarmos à cidade"... é uma verdadeira miragem no deserto.
O aeroporto do Dubai não pára nunca!
Parece um casino em Las Vegas: se não existirem relógios nem percebemos se é de dia ou de noite! Os restaurantes e lojas funcionam 24h, assim como os vôos a chegar/partir e a realidade é que os terminais estão sobrelotados.
Por isso, para quem tiver sono leve, ou necessitar de alguma tranquilidade, vá, para conseguir dormir, a melhor opção é mesmo é apanhar o elevador e alugar um dos quartos do hotel do aeroporto a 60USD/hora...
Mas o mais certo é estarem esgotados. Eu perguntei!
Quando decidimos finalmente sair para a cidade, tudo começa com
uma viagem de metro do aeroporto até ao centro. Os metros são normais com a
habitual carruagem para mulheres e crianças que também vemos noutros países. Mas
para além desta, o Metro do Dubai tem
também uma carruagem VIP / Premium / Gold, para passageiros de primeira classe que não gostem de grandes misturas.
Em direcção ao
centro, o metro segue pela Sheikh Zayed Road,
a avenida principal do Dubai, que atravessa o moderno centro empresarial da
cidade. A vista dos arranha-céus é impressionante, sim, mas não podemos deixar de
reparar que ao contrário de outras Manhattans
já consolidadas por esse mundo fora, os arranha-céus só existem ao longo da
rua principal. Atrás dos arranha-céus são casas baixinhas, e deserto.
(estação de metro)
Neste momento, o
principal ex-libris do Dubai é o Burj Khalifa, que com os seus 830m de altura, é desde 2010 o edifício mais alto
do mundo.
Mas não consegui
fotografá-lo.
Se já era difícil enquadrar as malogradas Twin Towers de NYC ou (imagino) as Petronas de Kuala Lumpur (com os seus míseros 450m), tentar fotografar o Burj é à partida uma batalha perdida.
Se já era difícil enquadrar as malogradas Twin Towers de NYC ou (imagino) as Petronas de Kuala Lumpur (com os seus míseros 450m), tentar fotografar o Burj é à partida uma batalha perdida.
Mas subiste até lá cima? Porque
isso é algo que está em todas as To Do lists de qualquer pessoa que visite o
Dubai.
Sim. A experiência At the Top, que no meu
caso e em bom rigor foi “at the middle”, permite ao visitante subir num
elevador supersónico até ao nível 124 (dos 163), e daí observar toda a surpreendente
paisagem urbana das redondezas.
O dia não estava especialmente claro, mas não
deixou de ser uma experiência bem interessante principalmente no que diz
respeito à informação que obtemos sobre os detalhes do design e construção do
edifício.
O acesso ao Burj Khalifa faz-se pelo Dubai Mall que é outro highlight do Dubai.
Assim à primeira vista, verificar que o highlight de uma cidade é um centro comercial, já é meio caminho andado para não ter vontade de ir lá.
Mas muita atenção: o Dubai Mall não é o Colombo.
O Dubai Mall é um centro comercial mas também é um centro de lazer, hotel, tem um Aquario, uma pista de patinagem no gelo, belíssimos restaurantes e eventos especiais sempre a acontecer.
Podemos apreciar o Dubai Aquarium enquanto passeamos no shopping, mas se entrarmos é possível, por exemplo, mergulhar com tubarões.
Do outro lado do
Dubai, a algumas estações de metro mas a um mundo de distância, encontramos o bairro
de Al-Bastakia, numa zona designada por Old Dubai.
Claro que é preciso ter em conta que Old
Dubai não é o mesmo que Old Lisboa.
O Old Dubai tem 100 anos e o próprio bairro de Bastakia foi construído no final do séc.XIX para albergar os comerciantes vindos da Pérsia para negociar pérolas e têxteis.
O Old Dubai tem 100 anos e o próprio bairro de Bastakia foi construído no final do séc.XIX para albergar os comerciantes vindos da Pérsia para negociar pérolas e têxteis.
A arquitectura
deste bairro é então reminiscente da arquitectura habitacional mais característica
da Pérsia/Irão, com as suas torres de vento, um antigo sistema de ventilação do
interior das casas.
E seja em que país fôr eu fico sempre
fascinada com o detalhe e a delicadeza destas linhas.
O Dubai Creek, um braço de mar que entra na cidade, separa a cidade em duas: Deira a Norte e Bur Dubai, a Sul.
Aqui temos uma
visão do Dubai marinheiro. O Creek foi um elemento influenciador do crescimento
da cidade, primeiro atraindo colonizadores para pescar e procurar pérolas e mais
tarde tornando o Dubai numa cidade importante na rota comercial entre o mundo
oriental e ocidental.
Atravessamos o
Creek num dos muitos barcos abra, pequenas balsas de madeira, em direcção aos
souks de Deira.
Em Deira e nas suas ruas sinuosas percebemos o melting pot que é o Dubai, com todas as diferentes nacionalidades que se foram instalando na cidade.
Junto à margem do
Creek vemos barcos dhows antigos ao lado de barcos modernos a serem carregados
e descarregados.
Nas ruelas
interiores encontramos o Deira Spice
Souk, que à semelhança de outros bazares, nos presenteia com todas as especiarias possíveis de imaginar, sacos de
incenso, madeiras aromáticas, etc.
No Deira Gold Souk, o maior bazar de ouro do mundo, encontramos jóias de todos os tipos, do tradicional ao moderno, com muitas opções de personalização e bem capazes de nos pôr os olhos a cintilar.
No Deira Gold Souk, o maior bazar de ouro do mundo, encontramos jóias de todos os tipos, do tradicional ao moderno, com muitas opções de personalização e bem capazes de nos pôr os olhos a cintilar.
O Dubai é um
verdadeiro oásis cosmopolita, ícone de modernidade e futurismo. Uma cidade que
se re-inventa ano após ano e que hoje é um dos destinos de luxo mais
procurados do planeta.
Dizem que no Dubai
tudo é possível.
Pois a mim, pareceu-me que
sim.
2 comentários:
Só até ao 124? Da próxima quero uma foto do topo.
Ora pois, continua a ser um prazer ler os teus textos!
Deixaste-me com vontade de ir ao Dubai, coisa que nunca havia aflorado o horizonte do meu raquítico período de férias... bom, não digo "ir", mas talvez passar por lá :-).
C.
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