São Miguel é a maior ilha açoriana, que visitei no meu caminho de
regresso ao continente, depois do island hopping mais fenomenal do Atlântico. Não
sei se por já estar a regressar, mas São Miguel pareceu-me mais próximo do
continente do que propriamente do resto das ilhas açorianas. Se esquecermos o
sotaque, claro.
Faz sentido?
A ilha é maravilhosa mas é outra escala, tudo maior, mais desenvolvido, com mais gente, mais cosmopolita, mais global, mais preparado.
São Miguel é diferente.
Ou seja, não quero ser desmancha-prazeres mas a minha opinião apaixonada e açores_addicted diz-me que se devem desenganar aqueles que pensam que já conhecem os Açores só porque já visitaram a ilha de São Miguel.
São Miguel é diferente.
Ou seja, não quero ser desmancha-prazeres mas a minha opinião apaixonada e açores_addicted diz-me que se devem desenganar aqueles que pensam que já conhecem os Açores só porque já visitaram a ilha de São Miguel.
Ultrapassada essa questão, dois dias na ilha verde é, como se sabe,
curto, para conhecer tudo o que a ilha tem para oferecer.
Por isso deixo aqui apenas algumas palavras-chave micaelenses, que se
poderão enquadrar numa escapadinha de fim de semana, agora a um vôo low-cost de distância de Lisboa.
1 – Lagoas
Em São Miguel há
sempre mais uma lagoa para descobrir, mas as principais e mais espectaculares
são estas:
A Lagoa das Sete
Cidades, onde se unem as lagoas azul e verde, ligadas por um canal e
cujas cores surgem por influência do céu e da vegetação do fundo da lagoa. A
Natureza guarda muitos dos seus mistérios neste local e existem muitas opções
para explorá-la.
A Lagoa do Fogo, a mais selvagem e enigmática é uma
das minhas preferidas.
Existe um trilho que nos leva até ao fundo onde estão
garantidos banhos refrescantes. Descemos rodeados de vegetação densa enquanto o
vulcão do Fogo nos vai engolindo.
A Lagoa das Furnas, no vale mais encantado de São
Miguel, convida a passeios à sua volta. A pé, de bicicleta ou a cavalo. É escolher.
2 – Cozido
Cozinhar um cozido
aproveitando o calor da terra é uma das actividades mais emblemáticas e
simbólicas de São Miguel. Revela paciência e sabedoria: há que saber como
ordenar os ingredientes dentro da panela e depois é só esperar 12 horas que
tudo fique bem cozinhado debaixo da terra.
Acompanha com outra
especialidade gastronómica, os bolos lêvedos das Furnas.
3 – Jardim
O Parque Terra Nostra,
nas Furnas, foi considerado um dos 250 jardim mais bonitos do mundo, na mesma
lista que os Jardins de Versalhes, ou do Taj Mahal.
São centenas de árvores
endémicas e internacionais, uma variedade imensa de fetos, flores, e mais de
600 espécies de camélias.
Enquanto percorri o jardim,
senti-me como a Alice, encontrando vários recantos românticos, lagos, avenidas
de árvores frondosas e até animais de pedra revestidos de musgo, num cenário inesperado
saído de um País de Maravilhas.
4 – Águas Quentes
Outro ex-libris do
Parque Terra Nostra é o enorme tanque termal, ao ar livre, de água opaca e ferrosa,
onde se pode tomar banhos com propriedades terapêuticas, em água a 40ºC.
Na ilha de São Miguel existem vários são locais assim.
Outro é a Poça da Dona Beija,
também nas Furnas, que faz parte de um conjunto de nascentes férreas quentes
associadas aos fenómenos de vulcanismo secundário bem evidentes na Caldeira do
Vulcão das Furnas.
5 – Boutique Hotel
Ainda nas Furnas, fica
o exclusivo Furnas Boutique Hotel, a nova coqueluche do alojamento micaelense
de topo. Totalmente embrenhado na Natureza é o sítio ideal para fugir do stress
do dia-a-dia.
Se não ficarem lá,
façam como eu e vão pelo menos checkar
a deliciosa forneria “À Terra”, o restaurante do hotel, de comida caseira à
base de produtos locais.
6 – Cidade
Ponta Delgada é a
principal cidade do arquipélago e um ponto obrigatório em qualquer passagem por
São Miguel.
No centro histórico
encontramos muitas referências comuns a todas as ilhas açorianas: a calçada, as
pracetas, os edifícios caiados de branco e construídos com pedra vulcânica e as
lojas tradicionais reabilitadas, como o Louvre Michaelense, a contrastarem com
a modernidade das Portas do Mar, a frente marítima requalificada que articula a
marina com o porto internacional e com uma zona de lazer e de comércio
diversificado, e também com a arte urbana, vestígios do projecto Walk&Talk,
(todos os anos em Julho) que se tem vindo a afirmar como um festival conceptual
e artístico micaelense.
7 – Chá
Sou grande fã de chá,
por isso tinha que passar na única plantação de chá da Europa.
Mesmo à entrada da
Fábrica de Chá Gorreana vemos uma plantação de chá de perder de vista, que se estende
por dezenas de hectares e que convida a passeios.
Na fábrica é possível
aprender sobre a história da produção de chá nos Açores e experimentar as
variedades produzidas: o chá preto (Broken Leaf, Pekoe e Orange Pekoe) e o chá verde
(Hysson).
Apesar de ter sido descoberto
e trazido para a Europa pelos Portugueses na altura dos Descobrimentos, o chá só
chegou aos Açores em 1750, transportado pelas naus que voltavam do Oriente.
Mas o que mais gostei
de saber foi que, com ele mais tarde vieram também 2 experts chineses que ensinaram
técnicas de preparação das folhas e fabrico do chá.
O clima ameno
da ilha, tratou do resto.
8 – Litoral
São Miguel tem boas praias,
como a praia da Povoação, e vistas litorais encantadoras, como estas.
9 – Verde e vacas
Açores I Love you
10 – Menções honrosas:
Aqui ficam também as menções
honrosas que completam o que idealizo como a “experiência micaelense” e que
tiveram que ficar para a próxima, por vários motivos: por estar de tal modo cheio de gente que nem quisemos entrar (apesar de ser um sítio fantástico), por não
haver tempo suficiente e ser preciso fazer escolhas, e por estar esgotado…
São elas, respectivamente:
- Tomar banho na Caldeira Velha
- Ir ao Ilhéu de Vila Franca do Campo
- Beber Kima de maracujá :-)
2 comentários:
Já provaste as de Ananás e laranja? :-)
Igualmente boas.
S.Miguel é lindo, já todos sabem, mas e a Terceira é para quando?
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