21 de junho de 2005

Marrakech

14 - Maio - 2005: Assentes os arraiais no hotel rumámos à medina. Atravessámos a muralha da cidade transpondo uma das muitas portas BAB NKOB e percorremos uma das suas principais avenidas, Bv Mohamed V. Logo se avistou obrigatoriamente o ex-libris da cidade a rasgar o horizonte: a KOUTOUBIA, o minarete que terá inspirado a Giralda de Sevilha. No caminho para o centro passam por nós dezenas de caleches puxadas por cavalinhos magros e altos.

Chegadas à Praça JEMMA EL FNA compreendemos que tínhamos entrado noutra dimensão, noutra escala... é tudo enorme, é tudo longe. Entrámos na praça e só depois de quase termos sido atropeladas nos apercebemos que continuávamos no meio da estrada e de que não estávamos em zona pedonal.... Motas, motoretas, burros, bicicletas, caleches, homens empurrando toscos carrinhos de mão atravessam a praça indiscriminadamente e só nos apercebemos deles quando já estão mesmo em cima de nós.

Para além disso somos interpelados por uma pessoa diferente a cada segundo em que desviamos o olhar para qualquer outro local.... São os aguadeiros, senhores vestidos de vermelho e chapéu folclórico que perguntam se queremos água entregue em tijelinhas de latão, são meninas que querem à força fazer-nos tatuagens de henna de várias cores, são os vendedores de sumo de laranja nas suas bancas, são miúdos que se aproximam com cobras articuladas de madeira... são os piropos... “ah, les belles gazelles!” Nós entreolhamo-nos… GAZELAS?

E tudo isto é acompanhado pelo som de batucadas, tambores e pela música distante e hipnotizante dos pífaros... são os encantadores de serpentes. É uma praça enorme e inóspita sob o calor que faz. O que se passa nela é que é verdadeiramente interessante, não a sua beleza em si.


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