5 de março de 2006

'VENEZIA, La Sereníssima'

2-Out-2003, Quinta-Feira


Veneza!
Dada a sua localização na intercepção de várias rotas, Veneza era nos tempos idos um grande centro de comércio do Mediterrâneo... a porta de ligação entre o Oriente e o Ocidente que se reflecte até hoje na arte, arquitectura e costumes da cidade.
Mas a cidade cresceu também devido aos contínuos investimentos do tempo das cruzadas em que eram trazidas para cá grande parte das riquezas dos saques produzidos nas cidades a Oriente, nomeadamente Bizâncio (agora Istambul).

O nosso hotel ficava em Veneza-Mestre, pelo que foi necessário apanhar o meio de transporte público utilizado em Veneza: o vaporetto. Assim, largamos o autocarro no Tronchetto e apanhámos o vaporetto nº82 em direcção à Piazza San Marco.
É uma viagem fantástica, dura mais ou menos meia hora e percorre-se todo o Grande Canal. É muito bom deixarmo-nos perder nas ruelas e sotoportegos de Veneza mas esta é definitivamente uma cidade para se ver também dos canais. As suas casas mais emblemáticas estão localizadas ao longo do Grande Canal assim como a mais bonita das suas 400 pontes, a ponte do Rialto.



A Basílica de S. Marcos é um óptimo exemplo de arte cristã primitiva, com fortes influências da arte bizantina: várias cúpulas, mosaicos, figuras estáticas em fundos dourados.
A Piazetta, a praça entre o Campanile e o Palazzo Ducale (dos Doges) era onde se reuniam os nobres antigamente, entre as 10-12h, para saberem de intrigas e fofocas da vida dos outros. Aqui, se olharmos com atenção para o Palazzo, encontramos na imensidão de colunas de mármore branco, 2 colunas cor de rosa. Era onde se proferiam sentenças e se informava a população de assuntos de interesse público.
Na subida ao Campanile apercebemo-nos bem da imensidão de canais e da quantidade enorme de ilhas que constituem esta cidade.



O passeio iniciou-se depois de fotografada outra ponte famosa, a dos Suspiros, que liga o palácio dos Doges à prisão...



A aparente desorganização de Veneza pode assustar aqueles que têm medo de se perder... ao início... Mas há imensa sinalização para o percurso mais rápido da Piazza San Marco até à Ferrovia, atravessando o Grande Canal no Rialto, e quem se mantém nas ruas principais (porque as há) não se perde... mas quanto a mim, para se aproveitar uma visita a Veneza é melhor mesmo sairmos desses caminhos e andarmos sem rumo por aquelas ruas e travessas... e sottoportegos!


Encontram-se imensas lojas de máscaras de Carnaval, algumas são verdadeiras obras de arte... vidro de Murano, de todas as cores, trabalhado com a perícia de 1000 anos de ofício... e as Gôndolas negras (cor do luxo e da ostentação)... que deslizam preguiçosamente nos canais.



À noite, a Piazza San Marco fica diferente.
Os pombos desaparecem... a praça é iluminada, as esplanadas ganham outra vida, orquestras começam a tocar e as pessoas juntam-se para ouvir...



O Florian e o Quadri são os 2 cafés mais célebres da Piazza San Marco. Existem desde o séc XVIII e preservaram ao longo do tempo a tradição de bem servir de acordo com padrões que passaram de geração em geração.
... sentámos na esplanada do Florian. Pedimos um café e um capuccino e ficámos a ouvir a música... que é sem dúvida nenhuma uma condutora de emoções, uma linguagem universal. Quando decidimos sair...



1 café ............ 4.5€
1 capuccino .... 7.0€
Música............ 9.0€


... não se vem a Veneza todos os dias. :-)


As pessoas vestem-se para andar na rua... para serem vistas, senhoras de vestido e saltos altíssimos fumam cigarros finos ao lado de homens de fato e lenço ao pescoço... Nós, os de gabardine quando não há chuva, mala a tiracolo e pernas cansadas sabemos que não pertencemos a este mundo... e tivemos que regressar.


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