16 de dezembro de 2010

Pyramid's time

18-Outubro-2010

As Pirâmides de Giza são provavelmente as construções mais instantaneamente reconhecidas de todo o mundo e para além desse, arrecadam muitos outros recordes: o local turístico mais antigo do mundo, um dos locais mais misteriosos de sempre por causa do seu processo construtivo e recursos humanos usados, a mais antiga e única Maravilha do Mundo Antigo que resistiu à passagem do tempo, etc... Basicamente um dos maiores feitos da Humanidade.
E nós, cheios de vontade de as ver.

Claro que, uma vez no Cairo, não é assim tão difícil ver as Pirâmides, dado o volume massivo que ocupam numa zona tão plana e sem construção em altura como é o planalto de Giza.
Depois, como se sabe não estão propriamente no meio do deserto como aparentam em algumas fotografias cuidadosamente enquadradas e em dias de boa visibilidade vêem-se desde a Cidadela.
Estão ali mesmo à beira da cidade do Cairo e por isso é muito fácil lá chegar.

Mas para além de todos os recordes magníficos e mirabolantes já referidos, as Pirâmides de Giza acumulam ainda outro recorde: são a maior “tourist trap” do mundo.
Não há nenhum estrangeiro que lá se dirija que esteja, digamos, de passagem.
E toda a gente sabe isso.
Por isso a primeira coisa a empacotar quando se sai para ver as Pirâmides, são grandes doses de sentido de humor, muita paciência e para os mais talentosos, dotes artísticos de regateanço.

Alugamos um taxista para nos levar lá, a Saqara e Memphis.
O Sol escalda logo às 9h30, não há 1 única sombra, o recinto das pirâmides tem quilómetros, e pior, os autocarros de turistas vão-se acumulando à entrada. Para além disso, o bilhete de entrada (60 EGP, 7.5€), só serve mesmo para entrar, porque dentro do recinto os turistas só não pagam para respirar...

Assim, decidimos regatear uma volta a cavalo para ver as Pirâmides por fora, e acabamos por entrar não pela entrada triunfal junto à esfinge, mas sim pela mais apropriada “porta do cavalo”.






Como percebemos quando lá chegámos, quanto mais longe das pirâmides estivermos, melhor a perspectiva... e que perspectiva...



Para os mais distraídos, as Pirâmides de Giza eram os túmulos dos faraós que reinavam na altura e têm algo como 5000 anos.
Segundo Herodoto, a grande Pirâmide de Queops levou 20 anos a construir, depois de 10 anos dispendidos na construção do acesso desde o Nilo necessário para a passagem das pedras, com pelo menos 2.5 toneladas cada. Estas pedras vieram de pedreiras de calcário na zona de Aswan e foram transportadas em barcos até Giza. Os carregamentos coincidiam com a inundação sazonal do Nilo (Julho-Novembro) e quando a mão de obra de camponeses era liberta do trabalho agrícola.
Alguns estudo mais recentes indicam que os 100 mil trabalhadores, em vez de escravos, eram pagos em comida pela sua prestação de 3 meses que era rotativa.

De uma maneira ou de outra, foi um trabalho megalómano em todos os sentidos, recompensado com uma espécide de imortalidade e indiferença à passagem do tempo.

All things dread Time, but Time dreads the Pyramids.

E andar a cavalo é praticamente como andar de bicicleta, não se esquece, por isso para mim (e para a minha imaginação fértil) cumpriu-se o desígnio de me sentir uma indiana jones no deserto...

4 comentários:

cmfm disse...

Gostei muito :)

zyx disse...

e a porta do cavalo deu algumas boas fotos...gosto particularmente da dos cavalos a levantar pó de areia...muito bem e mais uma maravilha para a colecção

ana disse...

Gostei muito também!!!!!
A porta do cavalo foi uma boa opção!!!

Lilian Knoblok disse...

Nunca senti vontade de conhecer o Egito. Brasileiro olha sempre primeiro para a Europa, mas hoje tive novos desejos. Belíssimas fotos.