23 de agosto de 2011

um dia em Belgrado

Belgrado não é uma cidade bonita, lemos isso nos guias e nota-se... principalmente depois de chegar de Sarajevo. 
Arquitectonicamente, é um mix de edifícios imperiais e “bunkers” de cimento da era comunista. 
Isso e o cirílico fazem-me lembrar Moscovo.


Belgrado também é conhecida por ser a cidade das Balcãs onde a relação qualidade preço da acomodação é pior. 
Pois no hotel Royal, por 60€ (!!) tive que roubar as toalhas e o papel higiénico do quarto ao lado e só havia um lençol individual dobrado em cima da cama.
Soube mais tarde que este é um daqueles hotéis... onde certas senhoras de má fama ainda tentam regatear o preço por não ficarem a noite inteira... mas sim apenas umas horas..

Ultrapassada a questão hoteleira, fazemos o sightseeing na Knez Mihailova às 06h00, mas ainda demorou até conseguir um café, o primeiro bem essencial após uma noite mal dormida num autocarro.
Ou seja, pode dizer-se que para além das expectativas não serem altas, eu e Belgrado começamos com o pé esquerdo -como convirá nestas zonas.

Mas isso resolveu-se rapidamente.
Em oposição às cafetarias, as pékaras (pastelarias) abrem bastante cedo, para gáudio de viajantes madrugadores acidentais como nós... e para mim, o segundo bem essencial após uma noite mal dormida num autocarro é um croissant quentinho recheado do mais decadente chocolate ainda a derreter... porque eu mereço!

Começamos pela cidadela-fortaleza de Kalamegdan de onde avistamos a encruzilhada dos rios Sava e Danúbio. 
E onde mais tarde durmo uma sesta debaixo das árvores. 
O corpo pede, Belgrado dá.



Vamos de tram para todo o lado, herança austro-hungara. O que eu adoro.
O almoço é no obrigatório quarteirão boémio de Skadarska onde experimento o imenso hamburguer recheado, típico do país. 

Aqui vemos paredes grafitadas com arte, há flores nas janelas, a rua é empedrada e há bancos para sentar e ficar a ouvir o ocasional músico roma (cigano) e sua orquestra.


O café é no Supermarket. Fiquei fã.

Belgrado até pode ser uma cidade feia, se a compararmos às outras capitais europeias, mas o bom de Belgrado não está em monumentos apocalípticos ou numa arquitectura arrebatadora. 

O bom de Belgrado está nas ruas, na vibração que se sente, num certo sentimento de hedonismo, de parar para aproveitar a vida, de cultivar o que nos dá prazer.

E como em tudo na Sérvia isto faz-se acompanhados ou “orgulhosamente sós”.

1 comentário:

Alessandra Knoll Pereira disse...

O legal está nisso mesmo, em sentir o lugar :) beijo