O Pico é daqueles locais que exercem um certo magnetismo sobre as
pessoas que o visitam. Mesmo ao longe, do Faial, de São Jorge ou a sobrevoar
de avião, é conhecida a boa disposição que a visão do Pico por entre
as nuvens transmite às pessoas.
O Pico desenvolveu-se durante séculos entre a produção de vinho e a caça
ao cachalote, sempre em contacto directo com o Faial e São Jorge (as ilhas do
triângulo) e hoje alberga um dos sítios Património Mundial da Humanidade da
UNESCO, é a base perfeita para a observação dos gigantes marítimos que todos os
anos cruzam estas águas, apresenta uma das mais fantásticas e selvagens oportunidades de trekking na montanha mais alta de Portugal e é uma das ilhas
açorianas mais procuradas pelos viajantes.
A ilha do Pico também é uma das minhas favoritas.
Aqui fica o meu best
of Pico:
1. Subir aos 2351m
A magnífica montanha do Pico impõe-se na paisagem da ilha graças aos
seus majestosos 2351m de altitude e a caminhada que nos leva até ao topo é uma
das actividades mais apetecíveis que a ilha oferece.
A partir dos 1200m são 3h sempre a subir até à cratera onde está o
Piquinho, a cereja no topo do bolo das vistas fantásticas e únicas.
2. Perder o Norte nas vinhas da Criação Velha
O cultivo da vinha foi introduzido pelos
primeiros povoadores da ilha que não encontraram o terreno arável próprio para
o cultivo de cereais como nas outras ilhas.
Assim improvisaram a inteligente solução de
pequenos currais de pedras de basalto empilhadas à mão que protegem as videiras
da maresia e do vento, plantadas praticamente sem terra nas fendas
entre as rochas.
Os currais são multiplamente inventivos pois tiram
partido da riqueza mineral dos terrenos pedregosos de lava e ainda servem de
estufa armazenando o calor durante o dia e libertando-o à noite.
Numa ilha aparentemente inóspita encontramos um
monumento à imaginação, ao engenho e à arte do Homem que aqui criou algo a
partir do nada e que é, desde 2004, Património da Humanidade da UNESCO.
Existem diversos percursos pedestres
assinalados onde nos podemos perder nesta paisagem ímpar. Mas info aqui.
3. Provar os vinhos do Pico e debater sobre qual é o melhor
Nas vinhas do Pico cultivam-se as uvas das
castas verdelho, arinto e terrantez e o vinho aqui produzido chegou, em tempos,
à mesa dos czares russos.
Produzem-se vinhos brancos, tintos e
rosé que tentam recuperar o prestígio do antigamente: “Curral Atlantis”,
“Terras de Lava”, “Basalto”, “Lajido”… marcas que celebram a relação Homem-Natureza.
O difícil é escolher por onde começar mas o melhor é ir provando um de cada vez.
4. Percorrer a "Longitudinal" e a "Transversal"
Não adoram estradas que têm nomes em vez de números?
5. Ver a Lagoa do Capitão
Provavelmente a lagoa mais fotogénica do Pico
6. Percorrer a Rota da Faina Baleeira
É no Pico que encontramos os principais vestígios e património da época da caça à baleia nos Açores.
Em São Roque o Museu da Indústria Baleeira, no edifício da
antiga fábrica Armações Baleeiras Reunidas, ainda preserva fornalhas,
caldeiras e outros equipamentos utilizados na transformação do cachalote.
Nas Lajes do Pico, o Museu dos Baleeiros, que
foi arquitectado dentro das antigas casas dos botes, mostra-nos arpões,
utensílios da época e como a vida das pessoas que andavam na caça à
baleia era dura.
Só sei que nunca mais olhei para uma “rampa da baleia” com os mesmos olhos.
Só sei que nunca mais olhei para uma “rampa da baleia” com os mesmos olhos.
Também nas Lajes, foi fundada a primeira
empresa de observação de cetáceos dos Açores, o Espaço Talassa, responsável por
reavivar a chama cosmopolita desta antiga vila baleeira, agora com os olhos
postos no futuro e na preservação dos animais.
7. ver o Pôr do Sol nas Lajes
A vila mais pitoresca do Pico
8. Perceber porque o Pico é a ilha cinzenta
E apreciar os campos de lava (lajidos) e os "mistérios" que pontuam a paisagem
9. Almoçar na Ponta da Ilha
Quando estou no Pico programo sempre uma pit stop para almoço no restaurante
Ponta da Ilha, na Piedade. É um restaurante simples e familiar que faz parte da
Associação de Armadores de Pesca Artesanal do Pico e onde o peixe fresco
acabado de pescar é o protagonista.
Para além disso também se pode aproveitar e
visitar o farol da Manhenha, um dos poucos abertos ao público, em plena
paisagem protegida.
10. Dar um mergulho na baía do Pocinho
O Pico não tem praias mas oferece várias zonas
balneares e piscinas naturais que aproveitam o recorte da costa e proporcionam
um cenário natural único.
Se não ficarem no exclusivo Pocinho Bay dêem
pelo menos um mergulho nesta encantadora enseada.
11. Ficar a ver passar os navios na Madalena
Quando é preciso fazer tempo à espera de barco para atravessar o Canal, já com o coração dividido entre o Pico e o Faial.
1 comentário:
Descrito com muito sentimento, até parece que tens alma açoriana. As fotos estão um espanto!!!
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